29.12.06

Antologia de Herberto Helder entre os melhores livros publicados em Espanha











O el Poema Continuo, a tradução castelhana de Ou o Poema Contínuo, de Herberto Helder, é um dos «melhores livros de poesia publicados em Espanha» em 2006, na avaliação de dois críticos literários do El Pais. «Um nome essencial da modernidade poética portuguesa é o de Herberto Helder», autor de uma «poesia difícil, mas não ilegível e menos ainda de um hermetismo insolúvel», escreve no jornal madrileno o crítico Antonio Ortega. Relativamente à tradução, de uma «musical fidelidade», de Jesus Munárriz, Ortega observa ser «impossível não sair (da leitura do livro) com um sentimento de inquietude, não ver as palavras, quase tocá-las». Esta antologia reúne sob novo título toda a poesia de Herberto Helder. (fonte: Diário Digital)

28.12.06

Alguns dias em Dezembro










Da esquerda para a direita e de cima para baixo: entrega do Prémio Fundação Luís Miguel Nava 2006 a António Ramos Rosa (dia 5); comunicação Rodrigues Sampaio visto por Teixeira de Vasconcelos, por António Ventura (dia 6); lançamento do livro Largo das Necessidades, de Paola D’Agostino (dia 7); lançamento de Ritual Sem Palco, de Manuela Nogueira (dia 12); lançamento de Casa das Sementes, poesia escolhida de António Osório (dia 15) e apresentação de Livro de Estimação, de Jorge Reis-Sá (dia 15).

Agatha Christie finalmente editada na China












A chinesa People's Literature Publishing House (PLPH) prepara-se para publicar a primeira edição legal de um romance de Agatha Christie neste país. A PLPH, que é a maior editora da China, adquiriu os direitos sobre as obras completas de Christie através do seu agente britânico. A publicação dos livros da autora coincidirá com o trigésimo aniversário da sua morte. Primeiro, será editado um conjunto de 14 histórias, incluindo os famosos títulos Death on the Nile, Murder in the Calais Coach e Hercule Poirot. Em 2007, outros 32 livros de Agatha Christie serão traduzidos, entre eles, The Murder of Roger Ackroyd e Murder on the Orient Express. (fonte: The Washington Times)

Cinemateca mostra em 2007 adaptações de escritores portugueses












Camilo Castelo-Branco é o escritor português escolhido pela Cinemateca para abrir, no próximo dia 4, um ciclo dedicado a adaptações literárias ao cinema que se prolongará por 2007. Em Janeiro serão exibidos, de forma cronológica, cinco filmes adaptados a partir de obras de Camilo Castelo-Branco, predominando o clássico Amor de Perdição. Para 2007, a Cinemateca pretende dedicar um mês a cada escritor português, sendo que Fevereiro deverá preenchido com adaptações de obras de Eça de Queirós. A história do cinema português está recheada de adaptações literárias ao cinema, desde Júlio Dinis até José Cardoso Pires. José Fonseca e Costa adaptou em 1987 Balada da Praia dos Cães, enquanto Fernando Lopes estreou em 2002 O Delfim, ambos de José Cardoso Pires. As Pupilas do Senhor Reitor e Os Fidalgos da Casa Mourisca, de Júlio Dinis, estão também entre os mais adaptados, por realizadores como Georges Pallu, Maurice Mauriad, Leitão de Barros, Perdigão Queiroga ou Arthur Duarte. Luís Filipe Rocha adaptou Cerromaior (1980), a partir de uma novela de Manuela da Fonseca e José Fonseca e Costa rodou Sem Sombra de Pecado (1983), partindo do texto Aos Costumes Nada Disse, de David Mourão-Ferreira. Vale Abraão (1993), de Manoel de Oliveira a partir de uma obra de Agustina Bessa-Luís, ou Uma Abelha na Chuva (1971), de Fernando Lopes sob um romance de Carlos Oliveira engrossam a lista de adaptações ao cinema. Mais recentemente, Leonel Vieira realizou A Selva (2002), partindo da obra homónima de Ferreira de Castro. (fonte: Diário Digital)

Prémios Revelação APE

A Associação Portuguesa de Escritores atribuiu os seus Prémios de Revelação referentes a 2005, nas modalidades de Poesia e de Ensaio Literário, às quais concorreram 44 autores, nelas inéditos em livro, com 37 mais 7 originais, respectivamente. O júri foi constituído por José Correia Tavares, que presidiu, Annabela Rita, Cristina Robalo Cordeiro e Liberto Cruz, tendo deliberado, sempre por unanimidade, distinguir os seguintes 2 originais: Para Além Desta Voz da Memória, de Paula Cristina Costa (Poesia) e As Polémicas de Vergílio Ferreira e uma Antipolémica ou Polémica do Silêncio, de Jorge Costa Lopes (Ensaio). Estes prémios, para escritores inéditos em livro na modalidade a que concorrem, são patrocinados pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB), garantindo a publicação, em colecção própria, através duma editora, e o pagamento dos direitos de autor.

27.12.06

Poeta George Alexander Portillo recebe Prémio Adonais

O escritor salvadorenho George Alexander Portillo foi distinguido na passada semana, em Madrid, com o Prémio Adonais de Poesia, pela obra Breve Historia del Alba. Nascido em El Salvador em 1973, Portillo foi escolhido por unanimidade pelo júri, «pela riqueza de recursos expressivos, que se juntam a uma voz intensa e reflexiva». Além de poesia, George Alexander Portillo, que assina algumas vezes com o pseudónimo Jorge Galán, é autor de obras de ficção como El Dia Interminable, Tarde de Martes e La Habitación. O Prémio Adonais, anual e não monetário, foi criado em 1943 pela Biblioteca Hispânica para distinguir autores em língua castelhana. (fonte: Diário Digital)

Editora espanhola publica textos inéditos de Camilo José Cela









Vários textos inéditos e outros pouco conhecidos do escritor Camilo José Cela, escritos entre 1940 e 2001, foram publicados graças ao trabalho de uma editora espanhola. Retorno a Iria Flavia reúne artigos para a imprensa, cartas, manuscritos e imagens, que mostram «a relação de Cela com a sua terra natal» na região da Galiza, no norte de Espanha. A investigadora Olívia Rodríguez González, que seleccionou os textos do Prémio Nobel da Literatura, afirma que procurou mostrar o «lirismo» do autor e as influências de outros escritores, poetas, artistas e intelectuais. Em Iria Flavia, na localidade de Padrón, ficam a casa de Cela (1916-2002) e a Fundação que promove a sua obra. (fonte: Diário Digital)

Enrique Vila-Matas vence Prémio da Real Academia Espanhola












O escritor catalão Enrique Vila-Matas é o vencedor do prémio da Real Academia Espanhola (RAE) 2006, pelo seu romance Doctor Pasavento, anunciou a instituição. O prémio, que consiste numa medalha de ouro e 25 mil euros, é entregue alternadamente à melhor obra de criação ou investigação científica ou literária do biénio precedente, escolhida de entre as candidaturas apresentadas pelas 22 Academias da Língua Espanhola. Doctor Pasavento é um romance que situa «o exercício de criação literária no centro da experiência humana». Enrique Vila-Matas, nascido em Barcelona, em 1948, encerra, com o romance premiado pela Academia, uma trilogia baseada na busca da identidade e na reflexão sobre o ofício de escritor. A obra, editada em Espanha pela Anagrama e ainda sem tradução portuguesa, recebeu no passado mês de Abril o Prémio da Fundação José Manuel Lara Hernández, concedido por 12 editoras espanholas e no valor de 150 mil euros. (fonte: Diário Digital)

Faleceu o editor e livreiro José Leal Loureiro

O editor e livreiro José Leal Loureiro morreu na noite de ontem no Porto, aos 60 anos. Leal Loureiro, que nos últimos anos assumiu a direcção da famosa livraria Buchholz, em Lisboa, foi um dos fundadores da editora Regra do Jogo, que na década de setenta publicou autores como Rui Nunes, Joaquim Manuel Magalhães, Manuel Villaverde Cabral e Maria Gabriela Llansol. O funeral sai quarta-feira às 15:15 da Igreja do Foco, na Boavista (Porto), para o Cemitério Agramonte. (fonte: Diário Digital)

15.12.06

Ainda Cesariny















JOÃO PEREIRA COUTINHO

Mário Cesariny, 1923-2006
Folha de S. Paulo, 29 Nov. 06

Era a expressão poética de que a criação artística habita um espaço intocado e intocável pela opressão UNS DIAS, em conversa com um poeta brasileiro (e colunista desta Folha), dizia-me ele que era necessário entrevistar Mário Cesariny. Para que o Brasil conhecesse melhor o poeta português antes que fosse tarde.
Agora é tarde. Cesariny morreu em Lisboa no passado domingo. Tinha 83 anos, e, se me permitem, Portugal perdeu o seu maior poeta.
Não pretendo entrar em polêmicas e, além disso, não pretendo convencer ninguém. Uma opinião é uma opinião é uma opinião. E Pessoa é Pessoa (um caso à parte, que não esqueço nem ignoro).
Mas Mário Cesariny era um milagre. Se lerem os obituários do momento, encontrarão as informações oficiais: o homem que, depois do encontro em Paris com André Breton, lançaria em 1947 o movimento surrealista português, embora seja mais correto falar em movimento surrealista lisboeta, porque o fenômeno (tal como o modernismo de Pessoa, e à diferença do que se passou com os modernismos brasileiros) foi sobretudo um fenômeno da capital.
Acontece que Cesariny era mais do que um surrealista: era a expressão poética e pessoal de que a criação artística (na poesia, primeiro; na pintura, depois; no ensaio, na tradução, no teatro, sempre; e na vida, sobretudo) habita um espaço intocado e intocável pelas patas da opressão. A opressão do Estado Novo, que o censurava e até humilhava, atendendo à sua condição homossexual. A opressão das esquerdas, que, ancoradas na ortodoxia neo-realista, sempre condenaram os desvios heterodoxos do "(sur)real cotidiano" de Cesariny. E a "opressão silenciosa" da democracia, que praticamente o enxotou dos círculos oficiais.
Nada disso apaga o essencial. E o essencial, na hora da morte, é a liberdade absoluta de um gênio absoluto, que soube elevar a existência humana mais concreta a uma linguagem plena de ironia e encantamento. Ou, como o próprio dirá no livro "Pena Capital" (1957) e no poema "Autobiografia":

[...]
Eu sou, no sentido mais enérgico da
palavra
Uma carruagem de propulsão por
hálito
os amigos que tive as mulheres que
assombrei as ruas por onde
passei uma só vez
tudo isso vive em mim para uma história
de sentido ainda oculto
magnífica irreal
como uma povoação abandonada
aos lobos
lapidar e seca
[...]
E para dizer-te tudo
dir-te-ei que aos meus vinte e cinco
anos de existência solar estou
em franca ascensão para ti O
Magnífico na cama no espaço duma pedra em Lisboa-Os-Sustos
e que o homem-expedição de que
não há notícias nos jornais nem
lágrimas à porta das famílias
sou eu meu bem sou eu partido de
manhã encontrado perdido entre
lagos de incêndio e o teu retrato
grande!


Imagem retirada daqui.

Convite de estimação












João Pereira Coutinho apresenta a obra Livro de Estimação (Quasi), de Jorge Reis-Sá, dia hoje às 18h30, na Casa Fernando Pessoa.

14.12.06

António Rodrigues Sampaio (1806-1882), Bicentenário do Nascimento












“Tanto pela influência na opinião pública e na vida nacional da sua produção jornalística como pelo valor da sua obra reformadora, quando situado nos mais altos cargos do regime representativo, foi António Rodrigues Sampaio uma das mais destacadas figuras da história do liberalismo em Portugal” (José Manuel Tengarrinha)

A Hemeroteca Municipal de Lisboa, repositório da memória jornalística nacional, em ano em que se assinala o Bicentenário do Nascimento de António Rodrigues Sampaio, agarra a oportunidade de celebrar um dos principais jornalistas portugueses da primeira metade do século XIX, revisitando assim a sua obra jornalística, que tanta projecção lhe granjeou e que é fonte incontornável para o estudo dos primeiros tempos do liberalismo português. Uma homenagem do município de Lisboa será, assim, não só um importante acto de cultura, como também um acto de justiça a um dos maiores jornalistas e políticos do Portugal de Oitocentos. O programa de conferências e colóquios prolonga-se do último trimeste deste ano para 2007. Consulte o conjunto de actividades previstas, aqui.

Crónicas vezes dois












Dois livros que são destaques (entre os destaques) editoriais da Ambar para o Natal 2006. Memória de um Inconformista, crónicas de D. Gonzalo Torrente Ballester e ainda Sou Todo Ouvidos, crónicas, novamente, desta feita de Joseph Mitchell. No primeiro caso, trata-se de textos de Ballester publicados no jornal Faro de Vigo, num dos períodos mais duros do regime franquista. No caso de Mitchell, é a saga da verdadeira feira de atracções que é Nova Iorque, contada através das crónicas geniais do autor de O Segredo de Joe Gould.

13.12.06

Encontrados os dois manuscritos de Borges dados como desaparecidos

A busca por dois manuscritos do escritor argentino Jorge Luis Borges terminou na passada segunda-feira, após três semanas, quando os mesmos foram descobertos na livraria que tinha denunciado o seu desaparecimento. Os manuscritos de Pierre Menard, autor do Quixote e de Biblioteca de Babel, avaliados em 450 mil e 500 mil dólares respectivamente, apareceram na livraria Lame Duck de Cambridge (Massachusetts), depois de os seus donos denunciarem que haviam sido roubados numa feira na Alemanha. De acordo com a imprensa local, os manuscritos não estavam nada longe: foram localizados atrás de uma fotografia numa das pastas para guardar papéis que os donos da Lame Duck levaram a uma feira de antiguidades em Hamburgo. Os textos encontravam-se anteriormente guardados num cofre-forte da livraria e estavam desaparecidos desde 12 de Novembro. (fonte: UOL)

Poesia escolhida


















A Casa Fernando Pessoa recebe hoje, pelas 18h30, a apresentanção da mais recente recolha de poemas de António Osório, Casa das Sementes. Estarão na mesa o próprio, que fará uma leitura de alguns poemas, Fernando Martinho, que apresentará o livro, e José Manuel de Vasconcelos (elemento da direcção da APE). Casa das Sementes é uma edição Assírio & Alvim.

Escritores de Cuba e Espanha vencem Prémio Juan Rulfo

Os Prémios Internacionais Juan Rulfo consagraram esta segunda-feira, em Paris, os escritores cubano, Miguel Barnet, e espanhol, José Antonio López Hidalgo, nas categorias conto e romance curto, respectivamente, anunciou o júri. Miguel Barnet foi premiado com o Juan Rulfo de Conto pela sua obra, Fátima o El Parque de Fraternidad. O prémio de Romance Curto foi atribuído a José Antonio López Hidalgo por El Punto Se Desborda. Organizados pela Radio France International, o Instituto do México em Paris, o Instituto Cervantes, a Maison de l'Amerique Latine de Paris, a União Latina, o colégio da Espanha em Paris e o Le Monde Diplomatique (Espanha), os Prémios Internacionais Juan Rulfo são dotados, respectivamente de 9.000 euros para romance curto e 5.000 euros para o conto. (fonte: CorreioWeb)

Romance de José Rodrigues dos Santos editado na Grécia









O último romance de José Rodrigues dos Santos, A Fórmula de Deus, vai ser publicado na Grécia pela editora das obras de Dan Brown, Paulo Coelho e Gabriel Garcia Marquez, anunciou hoje a editora portuguesa do autor, Gradiva. A Livani adquiriu também os direitos de opção sobre os anteriores romances de Rodrigues dos Santos e editoras de mais seis países (Estados Unidos, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha e França) já manifestaram interesse em publicar A Formula de Deus, disse a mesma fonte. (fonte: Diário Digital)

Primeiro prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura para José Bento

O poeta e tradutor português José Bento ganhou anteontem a primeira edição do Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, dotado com 75 mil euros. O júri, presidido por José Saramago, que se reuniu em Madrid, no Ministério da Cultura de Espanha, decidiu por unanimidade. Definindo José Bento como "pessoa discreta, tímida que não aparece e trabalha", Saramago sublinhou que os 62 títulos por ele traduzidos revelam "um grande amor pelas letras de Espanha e da América Latina". Entre os poetas e escritores traduzidos por José Bento, num total de 62 títulos, estão Pablo Neruda, António Machado, San Juan de la Cruz, Jorge Luís Borges, Francisco de Quevedo, Miguel de Unamuno, Miguel Hernandez, Garcia Lorca, Maria Zambrano e Octávio Paz. (fonte: Público)

12.12.06

Alguns dias em Novembro










. Livros em Desassossego: qual o papel do Estado na Cultura? (23);
. A Musa ao Espelho (27);
. Lançamento de A Cidade Coração (28);
. Apresentação dos Áudio-livros de Luís Sepúlveda (28);
. 13º Aniversário da Casa Fernando Pessoa (30)

Clique sobre as imagens.

11.12.06

Sem palco









Este livro de Manuela Nogueira será apresentado por Francisco José Viegas, dia 12 de Dezembro, às 18h30, na Casa Fernando Pessoa. A autora dedica-se há mais de quarenta anos à área da escrita e da promoção de leitura em escolas e bibliotecas. Na qualidade de sobrinha de Fernando Pessoa, com quem viveu longos períodos até aos dez anos, é chamada para testemunhar sobre assuntos a ele referentes. Assim, como um dos membros fundadores da Associação Fernando Pessoa, participa em actividades relacionadas com a obra do poeta.

Prémio reconhece autora palestianiana












Uma escritora palestiniana recebeu hoje, na cidade do Cairo, a medalha Naguib Mahfouz de Literatura. Sahar Khalifa foi agraciada com esta distinção pelo romance Image, Icon & Old Era, tendo sido a mesma entregue pela Universidade Americana do Cairo, que usa o nome do famoso escritor egípcio e prémio Nobel Mahfouz desaparecido em Agosto passado aos 95 anos de idade. (fonte: China View)

O sonho real de Ohran Pamuk












Diante da plateia que lotou o auditório do palácio real Konserthuset, na capital sueca, o romancista Orhan Pamuk recebeu - no dia do aniversário da morte de Alfred Nobel - a medalha de ouro e o diploma das mãos do Rei Carlos XVI Gustavo, assim como o prémio no valor de 1,1 milhões de euros. "É uma grande honra e prazer receber o Prémio Nobel da Literatura, mas ele não vai mudar o meu hábito de trabalho, a minha devoção pela ficção e, muito mais importante, não alterará a forma como dou o meu espírito a uma página em branco". Foi desta forma desprendida que o romancista turco, de 54 anos, fez um retrato de si e do seu percurso literário, na passada quinta-feira, em Estocolmo, perante a Academia Sueca. "Um romancista precisa da irresponsabilidade de uma criança que quer brincar com os seus brinquedos de uma forma divertida", afirmou o escritor turco durante a semana que antecedeu o cerimonial. Na opinião de Orhan Pamuk, ainda que "um escritor pareça indiferente para com a sociedade, o mais importante é ele sentir-se completamente livre". "Tem de se ter liberdade de expressão, ser-se inteiramente irresponsável, e agir como uma criança, mesmo que os problemas de políticas nacionais sejam mais e mais", concluiu. Entretanto, o romancista está prestes a concluir Museum of Innocence (museu de inocência, em tradução literal), a história de um homem de classe média/alta, numa Istambul contemporânea, obsessivamente apaixonado por uma parente distante. "O livro é ao mesmo tempo uma exploração dos hábitos e obsessões humanas e um panorama cultural e das principais mudanças históricas de Istambul", confessou. Já sobre o Nobel rematou "Saboreei o prémio, sozinho, nos meus sonhos". (fonte: JN)

Penguin e Random House lutam pelos clássicos











O mercado livreiro britânico está a viver uma guerra pelos clássicos da literatura internacional. A partir do Verão, a editora líder da área, a Penguin, que publica cerca de 65 por cento dos clássicos vendidos no Reino Unido, vai ter que se confrontar com a Random House, que vai lançar uma campanha de livros a que chama Vintage Classics. Nos Vintage Classics as obras mais conhecidas de autores como Martin Amis, Salman Rushdie, Julian Barnes e Ian McEwan surgem ao lado de gigantes como Swift, Tolstoy, Dickens e as irmãs Brontë. A Penguin vai responder com edições limitadas de Designer Classics, com capas feitas à mão por Paul Smith e Manolo Blahnik, e uma linha mais barata de Red Classics. (fonte: Público)

AGENDA

O Lisboa Cultural é o novo portal de acesso a todas as páginas e links produzidos pelos serviços do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa. Pretende, de forma organizada e intuitiva, permitir o rápido acesso aos conteúdos culturais disponíveis on-line. Mais importante, é bom e é nosso.

Ligações cruzadas

O Mundo Pessoa lê-se a partir de Espanha via blogue Comunicación Cultural. De igual modo pode aceder a partir daqui aos conteúdos do Comunicación Cultural.

7.12.06

Será que os romances necessitam de bibliografia?








No final das 467 páginas do novo romance de Norman Mailer, The Castle in the Forest, depois da nota de agradecimentos onde o escritor se refere aos assistentes, arquivista, coordenador editorial, editor, mulher, agentes e professor de alemão, Mailer presenteia-nos com uma lista ordenada alfabeticamente onde consta o nome dos 126 autores e respectivas obras cuja informação enriquecera o seu livro. Não vale a pena procurar saber de que modo Anna Karenina e Paradise Lost poderão ter influenciado The Castle in the Forest, retrato ficcionado da infância de Hitler, que será lançado no próximo mês de Fevereiro. Mas o que faz uma bibliografia num romance?

(continue a ler no International Herald Tribune)

Escritores defendem Ian McEwan das acusações de plágio












Thomas Pynchon, John Updike e Martin Amis, entre outros conhecidos escritores, saíram em defesa do seu colega britânico, Ian McEwan, acusado de ter plagiado a autobiografia de uma compatriota no seu romance Expiação. Nesta obra, McEwan parece ter-se inspirado na autobiografia No Time For Romance, da romancista Lucilla Andrews. Expiação, actualmente a ser transposto para o cinema, tem por cenário a Inglaterra durante a segunda guerra mundial. McEwan utilizou no romance algumas das recordações de Andrews, que à época trabalhou como enfermeira no hospital londrino de St.Thomas. O próprio McEwan, vencedor do Booker Prize em 1998 com o romance Amesterdão, rejeitou a acusação de plágio e assinalou ter citado a autobiografia de Andrews, entre outras fontes, além de lhe ter prestado homenagem em mais de uma ocasião. Consultados pelo Daily Telegraph, vários autores em língua inglesa explicaram ser impossível escrever um romance histórico sem tomar de empréstimo alguns pormenores, ambientes ou recordações de diários ou outras obras de pessoas que viveram nas épocas evocadas. (fonte: Diário Digital)

6.12.06

A Casa Fernando Pessoa e a Fenda convidam












Lançamento do livro Largo das Necessidades, de Paola D’Agostino, dia 7 de Dezembro, pelas 18:30 horas. Paola D'Agostino, pedreira de palavras, nasceu em Itália em 1975 e, desde 2000, vive e trabalha em Lisboa. A obra será apresentada por Manuel da Silva Ramos.

Ministério da Cultura francês condecora Mário Cláudio











O Ministério da Cultura francês agraciou o escritor português Mário Cláudio com a comenda de Cavaleiro das Artes e Letras, anunciou esta terça-feira o Consulado de França no Porto. «Com esta condecoração, recompensa-se um dos grandes mestres da literatura portuguesa, um escritor prolixo - romancista, dramaturgo, poeta, ensaísta, autor de uma obra rica e densa que transcende a portugalidade que tão bem revela para ganhar a arte da universalidade», refere o consulado, em comunicado. Mário Cláudio tem quatro obras publicadas em França: Guilhermina e Amadeo, ambas em 1998 pelas Editions de la Différence, A Fuga para o Egipto (2000, Editions Findalky) e Ursamaior (2006, Editions A.M. Metaillé). (fonte: Diário Digital)

Primeiros frutos

















Lançamento do primeiro volume que resulta do protocolo estabelecido entre as Quasi Edições e a Fundação Eugénio de Andrade: Primeiros Poemas, As Mãos e os Frutos, Os Amantes sem Dinheiro. No final será prestada uma breve homenagem a Mário Cesariny. Dia 9, às 18h30, na Fundação Eugénio de Andrade.

Claire Messud, Richard Ford e os outros

















O New York Times já fez saber quais considera serem os 10 melhores livros de 2006: 5 de ficção e outros 5 de não-ficção.

4.12.06

Ramos Rosa recebe prémio na Casa Fernando Pessoa


















A Casa Fernando Pessoa testemunhará no próximo dia 5 de Dezembro, pelas 18h30, a entrega do Prémio de Poesia Luís Miguel Nava 2006 a António Ramos Rosa, pelo livro Génese seguido de Constelações. Sobre a obra premiada falará Gastão Cruz. Os actores Eurico Lopes e Maria Emília Correia lerão poemas do livro.

Prémio Cervantes para o poeta Antonio Gamoneda










Antonio Gamoneda, um dos mais significativos poetas espanhóis contemporâneos, foi ontem distinguido com o Cervantes 2006, no valor de 90.430 euros. Trata-se do mais importante galardão das letras hispânicas, a ser entregue pelo Rei de Espanha, a 23 de Abril, na Universidade de Alcalá de Henares. (fonte: DN)

Eduarda Chiote premiada com livro da Quasi


















A escritora Eduarda Chiote arrebatou o prémio Teixeira de Pascoaes, criado pela autarquia de Amarante, com a recolha poética O Meu Lugar à Mesa. Em concurso estavam 170 obras de 160 autores. O prémio de cinco mil euros será entregue dia 16 na biblioteca de Amarante.

Grande Prémio de Poesia APE vai para Ramos Rosa

O júri constituído por Ana Gabriela Macedo, Ana Paula Arnaut e Manuel Gusmão deliberou, por unanimidade, atribuir o Grande Prémio de Poesia APE//CTT 2005 ao livro Génese, de António Ramos Rosa. Este prémio, no valor de 5.000 euros e instituído pela Associação Portuguesa de Escritores, é integralmente patrocinado pelos CTT – Correios de Portugal. A data da cerimónia de entrega será oportunamente divulgada.

E os autores leram os seus textos

























30 de Novembro de 2006. Manuel António Pina, José Eduardo Agualusa, Pedro Mexia, Luís Quintais e José Tolentino Mendonça leram poemas e contos de sua autoria, ao longo de cerca de uma hora. A Casa Fernando Pessoa transbordou assim de palavras e de gente na noite do 13º Aniversário.

Fotografias de Ana Rojas.